terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ser Professor!


"(...) Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professor simplesmente a favor do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguinha demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura da direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou essa aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza. Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar. 
Assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente ao puro ensino daqueles conteúdos. Esse é um momento apenas de minha atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, o ensino dos conteúdos, é o meu testemunho ético ao ensiná-los. É a decência com que o faço. É a preparação científica revelada sem arrogância, pelo contrário, com humildade. É o respeito jamais negado ao educando, a seu saber de 'experiência feito' que busco superar com ele. Tão importante quanto o ensino dos conteúdos é a minha coerência na classe. A coerência entre o que digo, o que escrevo e o que faço. (...)" 

Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia.

Gente, quando li essa parte do livro me identifiquei muito, quero ser professora porque acredito em mudanças e também sou uma sonhadora de pé no chão, sei que sou responsável pelas minha decisões e atitudes tomadas após ela, que toda ação tem uma reação, acredito também que o ser humano não pode ser imobilizado durante toda sua existência. Acredito que como no 'Mito da Caverna' um dia ele descobre o saber, descobre o mundo, e o que ele acreditava até então não passou de ilusão da verdade, verdade que se descobre dentro de cada um, na identidade de cada ser humano

Também essa é uma pequena homenagem, aos professores que nos auxiliaram, indicaram o caminho do saber, e que certamente terão orgulho de ver em nós o fruto do seu trabalho. Professora Graça Loiola (com suas exigências nos ensina o amor ao saber), Professora Auxiliadora (incansável em suas orientações), Professora Roseane (nos mostrou a alegria de ser docente apesar dos pesares), Professora Adriana Sales (nos mostrou que acreditar na educação não é uma utopia), e em especial, nosso Professor Fernando Pimentel (Pequeno Gigante, acredita piamente na autonomia do alunado, vivemos isso!).
Vocês se mostraram professores éticos, dignos de serem imitados, ou melhor de serem exemplos. Não subestime a marca que vocês deixaram em nós, especialmente em mim. Deus os abençoe!

Priscilla Marília

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mapa Conceitual - TIC (Priscilla Marília)

Fichamento sobre Mapas Conceituais - Priscilla Marília

Os três textos analisados têm como tema os mapas conceituais na educação. Os mesmos objetivam conceituar o tema e analisar através de pesquisas, o papel das interações realizadas tanto pelo tutor de EAD e os alunos de curso na respectiva modalidade, como por pares simétricos (no caso, alunos de 9º ano) utilizando mapas conceituais, especificamente, o software Cmap Tools. 
Os Mapas Conceituais foram desenvolvidos por Joseph Novak e sua equipe, em 1972, durante um trabalho de pesquisa desenvolvido ao longo de 12 anos. Devido a pesquisa ter sido de longo período, o registro das informações coletadas tornou-se um problema. Para a solução, Novak e sua equipe sentiram necessidade de desenvolver uma ferramenta, fundamentada nos princípios teóricos de Ausubel (1978) e Vygotsky (1988). A técnica desenvolvida consistia em selecionar os conceitos chaves das entrevistas e transcrevê-los numa estrutura hierárquica, surgia assim, a ferramenta conhecida hoje por mapas conceituais. 
Mapas conceituais foram desenvolvidos para promover a aprendizagem significativa, aprender significativamente implica atribuir significados e estes têm sempre componentes pessoais. Os MCs não buscam classificar conceitos, mas, relacioná-los e hierarquizá-los, pode ser usado como instrumento de análise de currículo, técnica didática, recurso de aprendizagem, meio de avaliação. 
A produção de um mapa conceitual pode ser um processo de aprendizagem muito individual e particular. A ligação de conceitos de um MCs estabelece um significado dentro de um certo domínio de conhecimento. Mesmo que mais de uma pessoa elabore um mapa de conceitos sobre o mesmo tema, esse resultado não será igual, pois cada pessoa aprende em seu próprio ritmo. Segundo Novak (1998), isso é consequência do domínio do conteúdo que o mapa conceitual representa. Quando a proposta de elaboração de um mapa conceitual é de forma colaborativa, o papel da interação é relevante ao considerar que cada interagente contribui significativamente, revendo seus próprios conceitos e trazendo para a aprendizagem algo que lhe é muito particular: seus conhecimentos. Para Okada (2008), os critérios de avaliação de uma mapa conceitual são: organização (consistente), conteúdo (objetivo) e estética (claro). 
Sobre o uso de MCs, (AUSUBEL, NOVAK e HANESINAN, 1978) concordam que a aprendizagem é um processo que ocorre quando o sujeito aprendente é capaz de, aproveitando de conhecimentos prévios, aprender ou descobrir novos conceitos, realizando-se uma interação entre os conceitos. 
A conclusão das possibilidades de uso dos mapas conceituais como forma de aprendizagem é significativa, pois os componentes curriculares são melhor compreendidos; permite de forma colaborativa e interativa, uma aprendizagem mútua e participativa; a utilização do software Cmap Tools é de fácil utilização e não exige estudos avançados de informática, além de ter possibilitado a elaboração de mapas conceituais que levaram a visualização esquemática dos conteúdos.